No rasto do sol

segunda-feira, dezembro 27, 2004

Montanha russa

Inevitavelmente, voltamos sempre ao mesmo: o amor!...
Tudo já foi dito e redito, tudo já teve o seu direito e o seu avesso, no entanto,
quando o dizemos de dentro, é como se tudo
num breve instante se esbatesse e reencontrássemos a voz primordial.
É assim com a pessoa amada, é assim em todas as canções de amor.
Claro que gostamos de finais felizes, claro que fazemos sentir a nossa falta,
claro que nos irritamos, claro que projectamos na voz da pessoa amada
os nossos mais secretos desejos...
Claro que nos desiludimos para voltarmos ao mesmo: o amor!
Atravessamos um deserto cego e frio e só depois nos damos conta; deixamos livros marcados para que o outro dê conta de nós; rasgamos a pele e a roupa para que, num desespero de carência, se ofereça o essencial... e, no entanto, só perante o amor avaliamos a nossa total fragilidade. É o suspenso momento de todas as indefinições, de todos os medos, de todas as dúvidas... Mas, simultaneamente, o grande delta de toda a razão de ser,
a grande casa inacabada.
João Monge.
Por isso regresso sempre... o amor é uma história inacabada.

1 Comments:

  • At 10:32 da tarde, Blogger Maria said…

    "O amor é uma história inacabada..." E é por isso mesmo que nos ficam as recordações... Os momentos que eternizamos na nossa alma e que nos fazem sorrir quando a dor daquele amor acaba... E o ciclo repete-se... Até que um dia acertamos ou desistimos...

    Beijo grande Linda, e FELIZ ANO NOVO

     

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