No rasto do sol

sábado, junho 10, 2006

A ponte do amor

Tenho saudades que tomes conta de mim, tenho saudades dos teus miminhos e do aconchego dos teus braços. Sinto a falta de te ter cá em casa ao pé de mim, as noites já não têm o mesmo encanto e o sol que entra pela janela não chega para me aquecer os dias e a alma.
Às vezes penso porque é que te deixei ir embora, sem sequer pedir que ficasses... O Porto é demasiado longe para viver contigo e demasiado perto para te conseguir esquecer. Deve ser por isso que ainda sinto o teu cheiro impregnado em todos os cantos, nas minhas coisas, na minha roupa, na almofada que repousa solitária ao lado da minha à espera que um dia voltes a ocupar o teu lugar... na cama e na minha vida. Ainda não perdi a esperança de te ver voltar a entrar pela porta, com a leveza de quem sabe o lugar a que pertence, para me abandonar nos teus abraços e aninhar-me em ti como uma menina pequenina.
Sempre soube que gostava muito de ti, mas só tive noção do quão quando te foste embora para longe. Não chorei, não berrei, nem sequer falei... fiquei resignada, talvez por ter a firme convicção de que aquilo que tem que ser nosso a nós virá para, um amor como este não morre assim. Ficámos bem porque nunca acabámos, só deixámos de viver juntos. Não tenho dúvidas que cada vez gosto mais de ti e tu de mim. Por isso, chega de espera e abnegação, vou hoje mesmo ao Porto jantar contigo... posso não poder ficar mas, podemos fazer a viagem de regresso juntos. Só para vires dormir cá a casa. Quero que tornes a encher-me a vida de cor e a povoar-me a existência de instantes mágicos. Depois, enquanto resultar, fazemos a ponte Lisboa-Porto-Lisboa. Ninguém tem que mudar de vida, basta adaptá-la às contingências.
Olho para o que me rodeia... a nossa música, os nossos livros, as recordações que trouxemos das viagens que fizemos, as fotografias dos meus (nossos) sorrisos com a alma a brilhar por ti e percebo que fazes e farás sempre parte de mim.
“Estou à tua espera... como sempre, porque nunca deixei de estar.” Desta vez, vou apanhar o avião... quero ganhar tempo ao tempo que a vida me roubou e abraçar o teu sorriso, o cheiro do teu amor e o calor da tua alma , o mais depressa que puder. Perdi o brilho, vou recuperar a luz!