No rasto do sol

sexta-feira, agosto 04, 2006

Saudades de Paris

A primeira vez que estive na Cidade-Luz não te conhecia, embora soubesse que existias algures... por ai e que ainda um dia nos haveríamos de cruzar. Sempre acreditei em inevitabilidades. Sabia que era uma questão de tempo...
Lembro-me de descer os Champs-Elysees e ter a certeza que um dia o faria de mão dada contigo. Naquela época, ainda não tinhas nome ou rosto mas, no primeiro dia em que te vi, percebi logo que eras tu.
A magia de Paris é inexcedível e incomparável... qualquer sítio se torna lindo quando estamos apaixonados, é inegável, mas em nenhum lugar a paixão se torna tão brilhante como nesta cidade. Há qualquer coisa de muito forte, é algo que não se explica, o certo é que se respira L'Amour! É a magia da língua, a imponência dos monumentos, a genialidade dos pintores, a forte sensibilidade da vida... tudo reunido, num imenso jogo de contrastes que ao longo dos séculos têm inspirado os mais variados artistas.
Paris revisitado. A arte sublimada nas suas múltiplas formas e fórmulas. O roteiro do coração. Tenho saudades de passear nos jardins e parques da cidade, gostava tanto de te mostrar a minha árvore favorita no Jardin du Louxembourg. Prometi e hei-de cumprir.
Quero percorrer contigo os bairros onde o amor fez história, mostrar-te o charme de Montparnasse, a vista incrível sobre a cidade a partir do Sacré-Couer, ver-te deslumbrado com a imponente Cathédrale Notre Dame, fazer-te sonhar com o glamour da Place Vendôme...
E fazer contigo o sublime passeio de barco pelo Sena. Saindo do Pont- Neuf o destino é a Torre Eiffel, voltando para Ile-de Saint Louis, passando pela Notre Dame, retornando à Pont Neuf. É das coisas mais românticas que Paris nos oferece, a possibilidade de lhe sentirmos o pulso pelas margens sem nunca a perdermos de vista.
Gostava de deambular contigo pela cidade, a pé e de mãos enlaçadas como convém, para descobrirmos juntos as características individuais de cada uma das lindas pontes sobre o rio. Quero encontrar a nossa, aquela que edificaram para nós sabendo que um dia haveríamos de lá passar para a reconhecer. Mais uma metáfora ao amor... 'as pessoas sentem-se sós porque constroem muros em vez de pontes'...
Um dia ainda hei-de agradecer a Deus, na Saint-Chapelle o facto de te ter ao meu lado... e tu vais estar à minha espera, a contemplar a imponência do monumento, porque entretanto já piscaste o olho à tua estrela guia enquanto eu benzia os escapulários.
Vamos revisitar a minha infância quando te levar a almoçar ao Melodine, quando formos à loja das t-shirts perto do Centre Georges Pompidou, quando entrar contigo no Louvre e te apresentar a Mona Lisa, quando te levar à melhor Boulangerie/Pâtisserie do mundo perto do nosso Hotel, vais delirar com os croissants e desejar tomar todos os dias o pequeno-almoço ali!
Estou a imaginar-nos na Disney... pequeninos outra vez, a querer andar em tudo e mais alguma coisa, maravilhados com o reino do faz-de-conta. Vais olhar para mim com aquele teu ar condescendente, que é um misto de ternura e paternalismo, enquanto estiver deliciada na loja a escolher o peluche que hei-de querer trazer comigo... porque, afinal, serei sempre menina... a menina-dos-teus-olhos!
Voltamos a ser crescidos e deambulamos pela zona da folia, levo-te a Pigalle e podes ter a certeza absoluta que serás invadido pela luxúria. Faço uma reserva para dois e vamos ao Moulin Rouge. Percorremos os cabarets e retornamos à La Belle Époque.
Hei-de mostrar-te a La Défense, gigante, no prolongamento do eixo histórico... a prova de que os opostos se atraem e não se repelem. Depois podemos viajar de comboio até Versailles, brincar aos reis e às rainhas num dos mais belos palácios do mundo e, ficar com a sensação de que imortalizámos o amor que nos une.
Ainda quero cumprir o ritual e subir contigo à Tour Eiffel, ao final do dia, para te mostrar a vista deslumbrante ao anoitecer, quero dar-te a mão quando o sol se estiver a pôr na linha do horizonte e mostrar-te na alma e na pele o quanto te amo. Quero sentir-me grande, quero fazer-te sentir enorme e escrever 'NÓS' lá no alto e despedir-me de Paris com a certeza de voltar um dia...
Je t'aime!!!

terça-feira, agosto 01, 2006

Segue o que sentes!!!

Histórias de desamor e a carta que um dia lhe escrevi...

07 Junho 2006
Desamor?!
Amores que pairam no ar, amores que nunca chegam a existir porque nunca chega a hora e o momento certo, porque ainda não é agora, porque não pode ser já. E o tempo não espera, não contempla desculpas ou atrasos. Amores que nos deixam de rastos num dia e no dia seguinte parece que nada aconteceu, sem nunca perderem a força. Um amor que é verdadeiro nunca nos dói até ao dia em que nos deixa. Antes tudo parece perfeito, tudo parece bater certo e fazer sentido. Não há exactidões nem palavras com sentido, há lugares, há sons que despertam a memória, o olhar, todos os sentidos.Gostava de te ter no meu olhar, ou num dos meus sentidos, fosse ele qual fosse. Amores que se atravessam, amores que nunca o chegam a ser porque não têm espaço para existirem, nem tempo, nem ordem, nem donos. Amores que não pedem licença, não têm direito nem memória. Num olhar perdem todos os adereços, todos os enfeites, todas as defesas de que se muniram para lutar contra o objecto de seu desfavor, o seu eterno orgulho, o seu amor.
Posted by:
Miss Green / 7:55 PM (www.bem-haja.blogspot.com)
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Cansei-me.

Cansei-me de ti e das tuas promessas. Estou farta de acreditar que as coisas vão mudar. Não quero continuar a desperdiçar a minha vida à espera que decidas amar-me a 100% sem dúvidas ou reservas. Desisti. Não vale a pena continuar a lutar soinha. Perdi as forças. Passei a vida inteira a tomar conta de ti e só agora me dou conta que de mim ninguém cuida. Eu também precisava de colo, sabias?!

Chega de dormir sozinha, porque tu não estás ao meu lado e como te esperava sempre nunca permiti que alguém ousasse aspirar a ascender ao teu lugar... na minha cama, na minha vida e no meu coração. Basta de mudar os planos todos que havia feito, porque tu decides vir ter comigo e depois acabas por não vir e eu fico sem planos e sem ti.

A história repete-se, vezes sem conta. Não quero passar mais por isto. Não quero fazer exactamente aquilo que passei anos a condenar nas minha amigas (quase) todas. Não posso estar apaixonada por um homem e ter com ele uma relação estilo 'máximo entendimento, mínimo envolvimento' porque ele não assume nada e eu não me sinto no direito de exigir mais.

Estou triste e vazia. Mas, o pior é que, não é pela tua ausência - já há muito tempo que se tornou normal que assim seja... o que me abandonou foi a esperança. Agora já não espero ansiosamente que telefones, que te dignes a aparecer, que venhas e te portes como meu namorado.

Tu nunca foste meu namorado, sequer meu amante. Foste apenas um ilusionista que entrou na minha vida de rompante, fez um truque de magia e eu fiquei a acreditar que tinha encontrado o príncipe encantado. Só que tu tens muito pouco de príncipe e menos ainda de encantado. Não me soubeste dar amor, não soubeste cuidar de mim e raras vezes estiveste ao meu lado.

É muito fácil dizer que se ama alguém, à distância, sem ter que partilhar, sem precisar de dividir a vida, armando-se em criatura altruista que passa o tempo todo a resolver os problemas dos outros sem ter direito de viver a sua própria vida. É bem mais cómodo pensar assim. Por isso é que te sentes um incompreendido, acahas que eu estou a ser egoísta e infantil. Pois claro, alguma vez na vida me haverias de dar razão?!

Não te preocupes, vais estar demasiado ocupado para sentires a minha falta. Só nos custa perder aquilo que um dia quisémos muito ter, não me parece que seja o caso. Fui apenas um capricho, quando conseguiste fartaste-te num instante, por orgulho e teimosia mantiveste-me ali cativa enquanto o conseguiste sem o mínimo esforço.

Facilitei-te sempre demasiado a vida. Mudei tudo por ti e isso não te fez gostar mais de mim... nunca faz, pois não?!

Desculpei-te demasiado para não assumir todo este desamor... tenho pena que tenha sido assim, fui muito estúpida e tive muito pouco respeito por mim. Tinha que te ter posto a andar na primeira vez em que tive dúvidas relativamente ao teu amor, se quisesses que corresses atrás depois. Agora não vale a pena... só quero pôr um ponto final nesta história e lembrar-me dela todos os dias para que, nunca mais, nenhum tipo como tu me faça perder a dignidade e o amor-próprio.

...

Maria