No rasto do sol

sexta-feira, maio 26, 2006

Afonso, o sorriso dos olhos do meu menino...


A paixão da tia Inês!!!

Quero ver-te sorrir, crescer e sonhar. És o meu pequeno príncipe e, se Deus quiser, hei-de estar cá para te contar a história do Principezinho... Sabes, Afonso, 'o essencial é invisível para os olhos'... e só se vê bem com o coração!

Um grande beijinho da tia que está perdida de amores pelo sobrinho.

quinta-feira, maio 25, 2006

Saudades de menina pequenina


Há dias em que me apetecia não ter crescido e continuar a ser apenas uma garotinha de quatro anos... porque me sinto frágil e pequenina, porque me canso deste mundo de adultos, porque a racionalidade dos afectos e os afectos racionalizados tomam conta de mim, porque a vida já não é sempre simples e leve, porque tenho saudades...
O tempo empresta-nos muitas coisas boas, mas rouba-nos em vida o que nos devolve em memórias e as saudades são o reduto sagrado dos nossos afectos.
Hoje foi um daqueles dias em que me senti muito desprotegida, muito tocada por um mundo de crescidos que ainda não é o meu, falei de coração aberto como se faz aos três anos e meio e senti-me mesmo como se os tivesse.
Descubro que, afinal, ainda sou muito eu... muito menina!
Tive saudades.
Sempre tive saudades, até do que não vivi. Cresci a ter saudades, deve fazer parte do meu plano estrutural básico - quiça do património genético, alguém me deve ter inculcado no espírito a nostalgia do fado português... o certo é que, desde que me entendo por gente, a saudade está sempre presente na minha vida (nuns dias, mais que noutros). Saudades das coisas boas... das pessoas queridas, dos momentos felizes, dos dias bonitos, dos passeios, das estórias, das minhas paixões, dos sorrisos, da minha infância...
De certa forma ainda bem que cresci porque, ao longo destes anos, pude conhecer pessoas muito importantes que -se assim não fosse- talvez nunca tivessem chegado a cruzar o meu caminho.
Hoje, tenho saudades de muita gente que me viu crescer, que me fez crescer e que cresceu comigo. Gostava de te ter conhecido quando éramos ambos pequeninos...

Olho para ti e vejo aquele menino pequenino que brincava comigo nas pocinhas à beira-mar, que me ajudou a descobrir e encontrar os mais valiosos tesouros, que me disse que eu era a menina mais bonita do universo e do mundo inteiro.
Olho para ti e vejo que te conheço desde sempre, mesmo antes de te ter conhecido. Olho para ti e vejo-te a correr pelo jardim, mascarado de Peter Pan, a voar na minha direcção.
Olho para ti e vejo que tenho tantas saudades tuas, que tenho muitas saudades minhas e nossas.
Olho para ti e vejo como tenho saudades de ser só uma menina pequenina...
*

terça-feira, maio 09, 2006

Parar o tempo no tempo...

Parar no tempo

estar sozinho na verdade não é estarmos sós
é querer um pouco mais do que o que esperam de nós
é querer só um espaço para respirar
ou recomeçar
fechar os olhos, não pensar e ter de perdoar
às vezes é melhor perder do que ter de magoar
dar um passo atrás para avançar

assim, parar no tempo não é a solução
parar no tempo não é a solução

a liberdade é um conceito tão particular
que confunde e na verdade pode enganar
se o que queres é alguém fique perto de ti
pode ser fatal
dar espaço, descobrir e acreditar
que há sempre solução quando a razão é ficar
o futuro é uma bola de cristal

assim, parar no tempo não é a solução
parar no tempo não é a solução

dá um pouco de ti
espera menos de nós
é tudo mais difícil
quando ficamos sós

assim, parar no tempo não é a solução
parar no tempo não é a solução
(GIG)

Se soubesse... podia ter sido eu a parar o tempo, algures no tempo, parar (para escrever)... parar no tempo.

A perfeição de uma nova dança!

"Chegaste... com passos apertados, os olhos embargados, cheios de medos teus. Pediste que te levasse a mágoa e te tocasse a alma olhando para os meus. Apertei-te contra o peito num abraço perfeito..."
A dança
(Pólo Norte)

Falar de amor...

Hoje, por mero acaso, descobri duas músicas que me parece que vão fazer história... na minha estória de vida!

sexta-feira, maio 05, 2006

A vida faz-me bem!!!


Atrás de mim
Há uma voz
A chatear e empurrar
Manda-me além
Longe daqui
E diz-me p’ra não parar

Com cada passo eu vou
A perceber quem sou

Oh – A vida faz-me bem
Oh – Não voltarei p’ra trás

Eu descobri
Vem é daqui
Esta energia assim
Dá p'ra sentir
A porta a abrir
Algo a mudar em mim...

Posso arriscar a dor
Mais à frente há melhor

Oh - A vida faz-me bem
Oh - Não voltarei p'ra trás

Qualquer dia ou hora
Eu vou viver no "agora
Não há como nos parar
Temos que é avançar assim

Oh - A vida faz-me bem
Oh - Não voltarei p'ra trás

(Anjos)
*

É mesmo isto que sinto, aos vinte e dois anos, a vida faz-me bem!... Graças a Deus, sou -mesmo!- uma criatura feliz! =)

quinta-feira, maio 04, 2006

No fio dos dias...

Olho-te enternecida, enquanto me afagas o cabelo para me adormeceres. Quem nos visse de fora especularia sobre um eventual affair; longe de imaginar que apenas partilhamos a doce intimidade de duas pessoas que já se envolveram de corpo e alma.
Realmente, o tempo passou e nós tivemos a sublime capacidade de conservar uma excelente relação. Acabou a paixão mas permanece um carinho enorme.
Vejo em ti a pena por não termos ficado juntos. Deixas transparecer um flagrante sentimento de nostalgia. Tive que te relembrar que o que sobrou foi a recordação. És obrigado a respeitar.
Abraças-me com uma ternura desconcertante e sussurras-me ao ouvido: "tinha tantas saudades tuas..."
Aninhei-me no teu abraço, como uma menina pequena e fui invadida por uma doce sensação de aconchego. Deixo de pensar nos problemas e sou vencida pelo cansaço. Entregue ao teu cuidado, como num porto de abrigo, acabo por adormecer.
O voo passou a correr, nem quis acreditar quando me despertaste para pôr o cinto antes da aterragem. Permanecemos agarrados, em silêncio, a desfrutar daquele derradeiro instante de paz. Assim que o avião tocar no solo, quebra-se o tempo, quebra-se a magia e voltamos à vida de todos os dias.
Devolvo o abraço fraterno da despedida, que subentende o tanto que não te pude dizer. é mais prudente deixar tudo como está, não desenterrar o passado.
Também eu gostei muito de ti, meu querido. Ainda bem que entre nós não ficaram mágoas que magoem. Gostei deste bocadinho, gostei de te ter próximo, sem segundas intenções. A nossa história teve um ponto final, foi boa enquanto durou e tenho muito orgulho na amizade que fomos capazes de conservar. Guardo-te no reduto sagrado dos meus afectos e, de coração, torço para que sejas muito feliz! A vida levou-nos para caminhos opostos e, hoje, a esta distância, concluo que foi melhor assim. Sem dor, está tudo no seu devido lugar e ninguém ameaça a segurança de ninguém. Tudo está bem quando acaba bem.
Despeço-me com um sorriso... até ao próximo voo.
Um grande beijo,
Pestinha.

quarta-feira, maio 03, 2006

Uma vez...

Chegaste demasiado tarde, Margarida.
Não que o meu amor por ti tenha acabado, esgotou-se foi a forma de o viver. O tempo foi gasto da maneira errada, fomo-nos perdendo um do outro e não há como recuperar.
Consumi-me enquanto te esperava. Acreditei sempre que um dia virias... e, realmente, vieste. Só que foi fora do tempo e eu entretanto cansei-me... das tuas dúvidas, da efemeridade das tuas -poucas- certezas, da tua inconstância, de sonhar ter-te ao meu lado. E deixou de compensar, deixou de valer a pena a espera, a abnegação e a luta... eu deixei de querer, mesmo não tendo deixado de te querer, percebes?!
Para mim, não és, nunca foste e jamais serás um trofeu; por isso mesmo, não te quero a qualquer preço.
Uma vez ouvi alguém dizer uma frase muito engraçada, que se aplica lindamente a nós, 'o problema do amor é ter que acontecer ao mesmo tempo entre duas pessoas'. Eu não sei se me amas ou se sentes apenas falta do meu amor mas, sei que te amei de forma arrebatada, ímpar e absoluta e, nessa altura, tu não me soubeste amar. Batalhei por este sentimento com todas as armas de que dispunha, não dei espaço a outras mulheres, fechei o meu coração e não tive mais do que flirts e casos pontuais de 'one night stand'... porque estava à tua espera, ansiava pelo teu amor. Agora não dá mais... há uma vida lá fora para viver e tu não gostas o suficiente para a dividires comigo.
...
Uma vez conheci uma miúda parecida contigo, Margarida... era a Carlota, tinha um olhar penetrante, absolutamente devastador; perto dela, sentia-me insignificante, ficava reduzido a quase nada. Mexia comigo de uma tal forma que, não me restou outra alternativa, tive mesmo que me afastar. Gostava demasiado de ti para arriscar apaixonar-me por ela. Acho que nunca chegou a perceber o porquê do meu súbito desaparecimento, eu que me mostrava a cada dia mais interessado... espero não a ter magoado, rezo para que não tenha criado expectativas. Não podia, realmente, permanecer por perto... ela era demasiado boa, demasiado inebriante e, facilemente, acabaria por adquirir a capacidade de me fazer pôr-te em causa e -consequentemente- o meu amor por ti ficaria na corda bamba da incerteza. Não quis arriscar.